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Introdução

A busca por queimadores de gordura é constante para muitos que desejam reduzir o percentual de gordura corporal. No entanto, é fundamental entender como cada tipo funciona para fazer uma escolha consciente e estratégica, garantindo que o suplemento realmente apoie seus objetivos e respeite a saúde. Vamos explorar seis tipos de queimadores de gordura amplamente utilizados e detalhar seus mecanismos de ação, efeitos secundários e melhores combinações.

1. Termogênicos: Aceleradores do Metabolismo

Os termogênicos são considerados os queimadores de gordura mais conhecidos. Estes suplementos atuam estimulando o aumento do gasto energético basal através da elevação da temperatura corporal e da frequência cardíaca, o que ajuda o corpo a queimar mais calorias mesmo em repouso.

Mecanismo de Ação: A maioria dos termogênicos contém ingredientes como cafeína, sinefrina e ioimbina, que atuam no sistema nervoso central (SNC) para aumentar a taxa metabólica. A cafeína, por exemplo, inibe a adenosina no cérebro, reduzindo a sensação de fadiga e aumentando o estado de alerta. Ela também estimula a liberação de catecolaminas (como a adrenalina), que sinalizam para o corpo quebrar gordura armazenada para produção de energia.

Possíveis Efeitos Colaterais: O uso de termogênicos pode causar efeitos como insônia, aumento dos batimentos cardíacos e ansiedade. Devido ao estímulo intenso no SNC, o uso prolongado sem pausas pode levar ao esgotamento e até ao overtraining, o que contraria os benefícios do produto.

Recomendações de Uso: A utilização cíclica é indicada, variando entre semanas de consumo e pausas, para evitar que o organismo crie tolerância e para reduzir a sobrecarga no SNC. Um exemplo seria: 1ª semana com 1 cápsula por dia, 2ª semana com 2 cápsulas, até atingir a dose máxima. Após 4 semanas, faz-se uma pausa de 1 a 2 meses.

2. Bloqueadores de Carboidratos: Inibidores da Digestão de Carboidratos

Os bloqueadores de carboidratos são indicados para quem consome grandes quantidades de carboidratos ou para pessoas em dietas restritivas que buscam controlar a absorção desses macronutrientes. Em vez de eliminar os carboidratos, estes bloqueadores inibem as enzimas responsáveis pela digestão dos carboidratos, especialmente os de alto índice glicêmico, retardando sua absorção e prevenindo picos de glicemia.

Mecanismo de Ação: Contêm substâncias que inibem enzimas como a amilase, que converte o amido em açúcar. Isso permite que uma porcentagem dos carboidratos ingeridos passe pelo sistema digestivo sem ser totalmente absorvida. Um exemplo de substância comum é a faseolamina, derivada do feijão branco, que ajuda a inibir a digestão dos carboidratos.

Efeitos e Benefícios: Ao bloquear parcialmente a digestão de carboidratos, há uma redução na absorção calórica, e isso também auxilia no controle do apetite e da vontade de comer em excesso. No entanto, o uso prolongado pode afetar a digestão e o microbioma intestinal, pois o corpo depende de carboidratos para diversas funções.

3. Inibidores de Apetite: Controle da Ingestão Calórica

Os inibidores de apetite são ideais para quem tem dificuldade em controlar a fome e sofre com episódios de compulsão alimentar. Esses suplementos atuam reduzindo a sensação de fome, auxiliando no controle da ingestão calórica. Eles são bastante populares, mas exigem cautela para não causar uma deficiência de nutrientes essenciais, especialmente quando aliados a dietas muito restritivas.

Mecanismo de Ação: Muitos inibidores de apetite contêm a hoodia, uma planta originária da África que é conhecida por sua capacidade de reduzir a fome. Ela influencia o sistema nervoso central, enviando sinais de saciedade ao cérebro, o que reduz a vontade de comer.

Benefícios e Cuidados: Aliados a dietas de restrição calórica, os inibidores de apetite podem ser muito eficazes. No entanto, sua eficiência está associada a um uso consciente e equilibrado, evitando restrições extremas de nutrientes que possam impactar a saúde e o metabolismo a longo prazo.

4. Reguladores da Tireoide: Otimizadores do Metabolismo

Os reguladores da tireoide são uma classe de suplementos frequentemente esquecida, mas essencial para pessoas com dificuldades de perder peso devido a disfunções na tireoide. A glândula tireoide regula a produção de hormônios que controlam o metabolismo basal, impactando diretamente a capacidade do corpo de queimar gordura.

Mecanismo de Ação: Os reguladores de tireoide contêm ingredientes como guggulsterona e forskolin. Guggulsterona é uma substância derivada da planta guggul que estimula a produção de hormônios tireoidianos. Forskolin, derivada da planta Coleus forskohlii, ativa a enzima adenilato ciclase, aumentando os níveis de AMP cíclico, o que pode ajudar a melhorar o metabolismo.

Benefícios e Considerações: Embora sejam úteis para estimular o metabolismo, é essencial fazer exames e ter o acompanhamento de um endocrinologista antes de usar esses suplementos. Disfunções na tireoide podem impactar significativamente a saúde e requerem diagnóstico e tratamento adequados.

5. Bloqueadores de Gordura: Inibição da Absorção de Lipídios

Os bloqueadores de gordura atuam de forma semelhante aos bloqueadores de carboidratos, mas com foco na gordura. Através de ingredientes que se ligam às moléculas de gordura no trato digestivo, esses bloqueadores impedem que parte das gorduras ingeridas seja absorvida pelo corpo.

Mecanismo de Ação: A quitosana é o ingrediente ativo mais comum, uma fibra derivada de crustáceos que se liga à gordura e a elimina pelo intestino, reduzindo a absorção calórica. O uso deste tipo de suplemento, aliado a uma dieta equilibrada, pode ser uma ferramenta útil para reduzir a ingestão calórica sem necessidade de restrições rigorosas.

Considerações e Riscos: Uma redução drástica na ingestão de gorduras pode afetar a produção de hormônios importantes, como a testosterona. Assim, o uso de bloqueadores de gordura deve ser moderado e considerar o consumo de gorduras saudáveis, como as monoinsaturadas e poli-insaturadas, que têm papel essencial no organismo.

6. Bloqueadores de Cortisol: Redução do Hormônio do Estresse

Finalmente, temos os bloqueadores de cortisol, destinados a reduzir os níveis do hormônio do estresse, o cortisol, que está diretamente ligado ao acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. O cortisol alto pode ser um inimigo durante a dieta, pois ele sinaliza ao organismo para armazenar energia em forma de gordura e diminuir a massa magra.

Mecanismo de Ação: Contêm ingredientes como picolinato de cromo, chá verde, cafeína e L-carnitina, que ajudam a reduzir os níveis de cortisol ou a minimizar seus efeitos no corpo. O picolinato de cromo, por exemplo, ajuda a estabilizar os níveis de açúcar no sangue, o que pode reduzir o estresse fisiológico e consequentemente o cortisol.

Benefícios: O controle do cortisol é essencial para pessoas que realizam dietas hipocalóricas ou treinamentos intensos, já que esses fatores aumentam a produção do hormônio do estresse. Reduzindo o cortisol, evita-se o acúmulo de gordura abdominal e promove-se uma queima de gordura mais eficaz.

Conclusão

Ao escolher um queimador de gordura, é essencial identificar qual fator mais impacta sua jornada de emagrecimento. Se o problema é o controle do apetite, os inibidores são uma opção; para quem consome carboidratos em excesso, os bloqueadores de carboidratos são eficazes. Já os termogênicos são ideais para quem busca acelerar o metabolismo.

Combinações de suplementos, como termogênicos + bloqueadores de carboidratos + bloqueadores de cortisol, podem maximizar os resultados ao acelerar o metabolismo, reduzir a absorção calórica e controlar o cortisol, especialmente em situações de estresse.

Aviso: Este artigo é apenas informativo. Consulte um profissional antes de iniciar o uso de qualquer suplemento para garantir que ele seja seguro e adequado ao seu organismo e aos seus objetivos.

Referências

  1. Harvard Health Publishing. (2020). “The Truth About Weight Loss Pills and Supplements.” Harvard Medical School. https://www.health.harvard.edu
  2. National Institutes of Health. (2018). “Dietary Supplements for Weight Loss.” NIH. https://ods.od.nih.gov/factsheets/WeightLoss-Consumer
  3. Aragon, A., & Schoenfeld, B. (2013). “Nutrient Timing Revisited: Is There a Post-Exercise Anabolic Window?” Journal of the International Society of Sports Nutrition. https://jissn.biomedcentral.com
  4. Ratamess, N. A., et al. (2007). “The Effects of Caffeine on Energy Expenditure and Appetite.” Journal of Strength and Conditioning Research. https://journals.lww.com/nsca-jscr

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